terça-feira, 17 de agosto de 2010

HISTORIA EM AÇÃO - REVISÃO


QUESTÕES VESTIBULARES UFBA 2010.

QUESTAO 01

A sociedade política é como um cabo composto de muitos fios: o fato de se acharem esses diferentes fios torcidos e enrolados uns sobre os outros aumenta não somente a força do cabo, mas também sua flexibilidade. Existem fios de interesses econômicos, fios de sentimento nacional e doméstico, fios de crença religiosa, fios de deferentes graus de experiência e educação. O próprio cabo é complexo por natureza, e mais complexo o fazem ainda os nós representados pelas dificuldades políticas que clamam solução; para uma política sã impõe-se, porém, uma condição, a saber: que não se deve recorrer ao exemplo de Alexandre, de desembainhar a espada para cortar o nó górdio. Qualquer imbecil poderá resolver os problemas do poder político pela lei marcial; mas ninguém, a não ser um imbecil, tomaria por governo semelhante processo. ( MUMFORD, s/d, p. 199).
A análise do texto e os conhecimentos sobre a organização das sociedades moderna possibilitam afirmar:

(01) A estrutura da sociedade política, na transição da Idade Média, para a Idade Moderna, caracterizou-se pelo entrelaçamento de fios amarrados ao pensamento teocêntrico cristão.
(02) A economia mercantil e os governos dos “príncipes”, nas cidades italianas do período renascentista, confirmam a complexidade, as força e a flexibilidade da sociedade política de sua época.
(04) “Fios de sentimento nacional” estiveram ausentes no processo político de unificação da Alemanha, ao longo do século XVIII.
(08) “Fios de crença religiosa”, aliados a fatores étnicos e territoriais, tem dificultado a construção e o reconhecimento de uma sociedade política de governo palestino no Oriente Médio.
(16) O uso da força para a manutenção da ordem pública, de forma temporária ou permanente, em sociedades democráticas ou não, constitui sempre um indicador de falência da sociedade política.
(32) Sociedades políticas organizadas em Estados Totalitários lançam mão, com freqüência, da solução do “nó górdio” para enfrentar dificuldades de ordem política.
(32) As cidades-estado representaram, ao longo da historia, a incapacidade de diferentes povos para se organizarem em sociedades políticas compostos por “fios” múltiplos e complexos.
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Questão 02

[...] Os historiadores discordam sobre a exata porcentagem de escravos na população total de Atenas no século IV, mas Moses Finley afirma que a proporção era tão grande quanto o conjunto dos estados escravocratas do sul, na América, em 1860, e que os proprietários de escravos na Grécia eram até mais amplamente distribuídos entre a população livre do que na América. A economia grega não era tão dependente da escravidão como as economias das Índias Ocidentais e do sudeste dos Estados Unidos; n entanto, Finley argumenta persuasivamente que a instituição era um elemento intrínseco à sociedade helênica. Além disso, “as cidades em que a liberdade alcançou sua expressão mais alta – mais claramente Atenas ---- eram cidades em que a escravidão florescia”. Assim, a historia da Grécia antiga apresenta o mesmo paradoxo que deixou os americanos perplexos a partir do século XVIII: liberdade e escravidão pareciam avançar juntas. ( DAVIS, 2001, p.53-54)

(01) As relações de produção do Feudalismo, ao estabelecerem os laços de dependência do servo ao senhor, alteraram, mas não extinguiram, as relações escravistas, que seriam retomadas e modificadas no contexto do Colonialismo Mercantil do século XVI.
(02) Ser proprietário de escravos, na Grécia antiga, não indicava, necessariamente, que o individuo fazia parte das elites ou das camadas dominantes, bastava-lhe ser livre e cidadão.
(04) A presença expressiva da escravidão, nas cidades gregas que mais cultivavam a liberdade e a democracia, constitui uma contradição quando comparada às concepções de liberdade e democracia elaboradas pelo pensamento liberal/ocidental do século XIX
(08) A expansão militar/imperialista do Império Romano, a partir do século III a.C., foi fator responsável pelo fortalecimento do caráter escravista de sua sociedade e pela dependência de sua agricultura e atividades urbanas da Antiguidade.
(16) O trabalho escravo era indispensável à sobrevivência econômica das metrópoles colonialista dos séculos XVI ao XIX, da mesma forma como acontecia nas sociedades escravistas das cidades gregas da Antiguidade.
(32) A origem africana e a cor negra identificavam o escravo e seus descendentes tanto nas cidades gregas quanto nas colônias do Novo Mundo, o que coloca as duas experiências escravistas no mesmo processo histórico.
(64) O avanço da urbanização, no Brasil Colonial, foi fator de desestimulo ao trabalho escravo, em virtude da ampliação do mercado de trabalho livre e assalariado, que atraia grande parte de componentes das classes desprivilegiadas coloniais, independente da situação civil ou da origem étnica.
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Questão 03

Salvador e o Recôncavo dependiam do sertão. Salvador necessitava da carne que o sertão fornecia. Carne, couro e sebo eram usados na cidade e no campo, e os engenhos precisavam igualmente de bois para o transporte, muitos também como força motriz. Grandes boiadas percorriam, às vezes, sessenta quilômetros por dia, com destino às feiras na orla do Recôncavo, onde um ativo comércio tinha lugar. A primeira dessas feiras foi Capoame, estabelecida por Francisco Dias d’Ávila em 1614; Localizada na paróquia de Santo Amaro de Ipitanga, próxima à atual Camaçari, a feira, realizada as quartas, prosperou e permaneceu a mais importante até a ascensão da feira de Santana, a “Princesa do Sertão”, na década 1820. Na década de 1720, o couro tornou-se importante produto de exportação na Bahia. Na frota de 1735, por exemplo, transportou 180861 meios de sola e mais de 11 mil peças de couro cru. Além disso, a indústria de fumo de Cachoeira dependia do couro para embalar os rolos e, assim, havia também uma demanda constante dentro da própria capitania pelo couro do sertão. (SCHWARTZ, 1995, p.88)
Considerando-se o texto, que trata sobre um dos aspectos da economia do Brasil Colonial – as atividades agropecuárias – e os conhecimentos sobre o tema, pode-se afirmar:

(01) A marcha do povoamento, nas terras do Brasil, nos séculos XVI e XVII, aconteceu com o deslocamento dos currais existentes no sertão em direção aos grandes centros urbanos do litoral.
(02) As feiras de gado, referidas no texto, se estabeleceram em momentos históricos diferentes, mas ambas foram responsáveis pelo povoamento e pela fixação de núcleos urbanos na Colônia.
(04) Os currais construídos no Vale do São Francisco garantiram, no século XIX, o intenso contrabando de africanos escravizados na fase posterior à Lei Eusébio de Queiroz.
(08) A produção de couro e derivados na Bahia esteve destinada ao mercado metropolitano e ao mercado interno, como atividade complementar da economia colonial.
(16) A vila da Cachoeira situada no chamado Recôncavo Sul da Bahia, além da produção de fumo, também atuou como pólo de produção açucareira e ponto de partida para a penetração no sertão.
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Questão 04

A política externa do Segundo Reinado girou em torno de dois eixos fundamentais: as relações privilegiadas com a Inglaterra, que foram interrompidas momentaneamente coma Questão Christie, e as constantes intervenções do Brasil na Bacia do Prata, que geraram conflitos com vários países da regiões, como, por exemplo, Argentina e Paraguai. (CÁCERES, 1993, p. 191).

Considerando-se o texto e os conhecimentos sobre a política brasileira no Segundo Reinado, pode-se afirmar:
(01) “As relações privilegiadas” referidas no texto dizem respeito a concessões especiais feitas pela Inglaterra ao Brasil, anistiando a dívida brasileira com aquele país por ocasião do reconhecimento da Independência.
(02) A chamada “Questão Christie” (1863) representa mais um episodio dos conflitos entre Brasil e Inglaterra, ocorridos no período mais agudo da pressão inglesa contra o tráfico de africanos escravizados para o Brasil.
(04) A dependência econômica do Brasil frente à Inglaterra, no período referido, comprova-se através dos empréstimos ingleses para obras de infraestrutura e as importações brasileiras de produtos daquele país por preços mais competitivos no mercado.
(08) O Brasil desenvolveu uma política imperialista de agressão sistemática contra os países com os quais fazia fronteiro, por ser a única monarquia entre os países republicanos da América do Sul.
(16) A pressão brasileira na região platina, na segunda metade do século XIX, explica-se, em parte, pelo temor do Brasil de perder o livre acesso à navegação comercial no Rio da Prata.
(32) Um dos desdobramentos da Guerra do Paraguai na política interna brasileira diz respeito ao fortalecimento do Exército e das reivindicações políticas dos oficiais de alta patente, ocasionando conflitos com o governo monárquico.
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Questão 05

TEXTO I
Narra a crônica que foi numa noite chuvosa do verão de 1939 que o mineiro de Ubá Ary Barroso (1903-1964) compôs Aquarela do Brasil, canção que divulgou a imagem de um país de natureza exuberante, de cidadãos de todas as classes e raças convivendo em alegre harmonia. Lançada num período de acirrado nacionalismo, Aquarela consolidou o estilo samba-exaltação e, com versos ufanistas, ajudou a elevar o gênero samba à categoria de símbolo musical nacional. (NARRA.... 2009, p. 178).

TEXTO II
Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim

Ah, abre a cortina do passado
Tira a Mãe Preta do cerrado
Bota Rei Congo no congado
Brasil, Brasil
Pra mil, pra mim.
(BARROSO, 2009, p. 178)

A análise do texto, dos versos e os conhecimentos sobre as relações etnoculturais da sociedade brasileira permitem afirmar:

(01) A imagem de “todas as classes e raças convivendo em alegre harmonia” no Brasil, citada no Texto I, e a crença na inexistência de preconceito ou discriminação racial originaram o conceito de “democracia racial”.

(02) A expressão “mulato inzoneiro” referida no Texto II, traduz a imagem idealizada da malandragem alegre e inofensiva associada ao mestiço, geralmente pobre, sem profissão definida e habitante da periferia das grandes cidades brasileiras na primeira metade do século XX.
(04) O Brasil de 1939, dirigido pelo governo constitucional e democrático de Getulio Vargas, repeliu a poesia da Aquarela do Brasil por considerá-la pouco elaborada e distante do estilo clássico herdado da cultura européia.

(08) O “acirrado nacionalismo” a que o Texto I se refere se relaciona com ideologias nacionalistas cultivadas na Europa do período e constituiu a base teórica e política para a linha condutora do nacionalismo econômico do Brasil até o fim de Segunda Guerra Mundial.

(16) As expressões “Mãe Preta” e “Rei Congo”, presentes no Texto II, representam a situação de integração social e o reconhecimento da cidadania do negro nas diferentes camadas da sociedade brasileira, nos 1930-1940.

(32) O gênero samba antes cultivado pelas classes populares, foi apropriado pela filosofia política do governo de Getulio Vargas durante a Segunda Guerra Mundial, passado a compor um dos símbolos da imagem transmitida pelo Estado Novo para o exterior.
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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

LISTA DE EXERCíCIO

Questão 01 (UFJF) O golpe de 1937 instituiu no Brasil o Estado Novo, um regime autoritáro e centralizador, que produziu importantes impactos na economia e na sociedade brasileira. Sobre esses impactos assinale a alternativa correta:
a) retornaram ao poder os setores agroexportadores, o que conduziu a um retrocesso no desenvolvimento industrial brasileiro.
b) acentuou-se a presença do Estado na produção de bens e serviços, o que se evidenciou na edificação de empresas como a Comapanhia Siderurgica Nacional.
c) em virtude de seu alinhamento automático com os EUA na Segunda Guerra Mundial, o Brasil abriu seu mercado às importações, o que conduziu a um agravamento do déficit comercial do país
d)por força de seu caráter autoritário, o Estado Novo interrompeu o processo de criação da moderna legislação social brasileira, inaugurado no inicio dos anos 30
Questão 02 - (FUVEST)

Com meu chapéu de lado, tamanco arrastando,
Lenço no pescoço, navalha no bolso
Eu passo gingando, provoco e desafio
(Wilson Batiosta, 1933.)

Quem trabalha é quem tem razão
Eu digo e não tenho medo de errar
O bonde de São Januário
Leva mais um operário
Sou eu que vou trabalhar

(Wilson Batista/Ataulfo Alves 1940.)

Da compração entre as letras desses sambas depreende-se que:
a) as mudanças visíveis nos conteúdos dos sambas sugerem adesão à ideologia do Estado Novo
b) as mudanças significativas de conteúdos decorrem da valorização do trabalho industrial no Rio de Janeiro
c) as datas das composições correspondem ao mesmo período do governo de Vargas, indicando que mudanças são mera coincidencia;
d) as mudanças das letras não são significativas, já que ambas as composições tratam de problemas de gente pobre e humilde;
e) as letras das músicas estão distantes dos interesses politicos do Estado Novo, que não se preocupava em fazer propaganda.


Questão 03 (PUCSP) No Brasil, a CLT - Consolidação das Leis do Trabalho - foi criada pelo Decreto 5452, de 1943, em meio ao governo de Getulio Vargas, para reunir e sistematizar as leis trabalhistas existentes no país. Tais leis representaram a:

a) conquista evidente do movimento operário sindical e partidariamente organizado desde 1917, defensor de projetos socialistas e responsável pela ascensão de Vargas ao poder;
b) participação do Estado com árbitro na mediação das relações entre patrões e trabalhadores de 1930 em diante, permitindo a Vargas propor a racionalização e a despolitização das relações trabalhistas;
c) inspiração notadamente fascista, que orientou o Estado Novo desde sua implantação em 1937, desviando Vargas das intenções nacionalistas presentes no inicio de seu governo;

d) atuação controladora do Estado brasileiro sobre os sindicatos e associações de trabalhadores, permitindo a Vargas criar, a partir de 1934, o primeiro partido politico de massas da historia brasileira;
e) pressão norte-americana, que se tornou mais clara após 1945, para que Vargas controlasse os grupos anárquicos e socialistas presentes nos movimentos operário e camponês;

Questão 04 (FUVEST) A crise de 1929 provocou desequilibrio na economia brasileira devido:

a) aos altos invcestimentos financeiros dos produtores de café na bolsa de Nova Iorque
b) à aliança entre operários e camponeses contra a exploração do trabalho e ás greves em defesa da regulamentação do salário, férias e horário de trabalho;
c) ao livre-cambismo instaurado pelo presidente Washington Luis, que permitiu a substituição do café brasileiro pelo chá inglês;
d) ao aumento das exportações de café para o mercado latino-americano contra os desejos de seu principal comprador, os Estados Unidos
e) à súbita retração de demanda do café no mercado internacional e ao fracasso da política de valorização aritificial do produto.

Questão 05 - A partir de 1930, o Brasil inicia um processo de mudanças socioeconômicas que apresenta, entre suas características:
a) o progressivo aumento de poder das oligarquias cafeeira
b) o incentivo governamental à monocultura da cana e do café
c) o aumento do poder da burguesia como classe urbana ligada à industria e ao comércio
d) a supremacia do setor rural sobre o setor urbano
e) a paralisação do desenvolvimento industrial em virtude da queda da bolsa de Nova Iorque.

Questão 06 - Frente criada na década de 1930, reunindo setores da esquerda, da classe média e liberais afastados do poder, que defendia a suspensão definitiva do pagamento das dívidas do Brasil, a nacionalização das empresas imperialistas, a proteção ao pequeno e médio proprietário rural e entrega de terras dos grandes proprietários aos trabalhadores do campo e a instauração de um governo governo popular.

A descrição corresponde:

a) ao Movimento Sem Terra

b) ao Manifesto dos Mineiros

c) à Ação Integralista Brasileira

d) à Aliança Nacional Libertadora

e) ao Movimento Tenentista

Questão 07 Leia

O fato é que de obra de ficção o documento foi transformado em realidade, passando das mãos dos integralista à cúpula do Exército. A 30 de setembro, era transmitido pela " Hora do Brasil" e publicado em parte nos jornais.

Boris Fausto. História do Brasil: Edusp, 1996.

O documento a que o texto se refere ajudou Getulio Vargas a dar o golpe que criou o Estado Novo.

Trata-se do:

a) Plano Bresser

b) Plano Quinquenal

c) Plano de Metas

d) Plano Nacional de Desenvolvimento

e) Plano Cohen.

Questão 08

Em mio de 1938, os integralistas, prejudicados com a extinção dos partidos, desfecharam um ataque ao Palácio Guanabara que resultou em inúmeros mortos e no exilio de seus líderes. Para o governo Vrgas, a principal consequencia foi:

a) inclinação do governo para o fascismo, dividindo com este grupo o poder

b) o fortalecimento do poder pessoal de Vargas, reprimindo dissidentes

c) a entrada do Brasil na guerra ao lado dos países totalitário

d) a composição de um novo governo, tendo como base de sustentação integralistas e comunistas

e) a definição de uma politica externa favorável aos aliados e a democratização interna do regime.

Questão 09 - 1930: Vamos deixar como está para ver como fica.

1945: Vamos deixar como está pra ver como eu fico.

Máximas e minimas do Barão de Itararé, RJ. Record. 1987, p.67

As frases, atribuidas pelo humorista Barão de Itararé a G.Túlio Vargas, são evidentemente uma brincadeira com o nome do presidente da República e com as diferenças políticas entre 1930 e 1945. As alusões à posição de Vargas em 1930 e em 1945 referem-se, respectivamente à:

a) ausência de uma proposta de reformulação constituicional e à tentativa de manter-se na presidência num contexto de redemocratizações

b) aliança com a politica café com leite e à candidatura presidencial, por via direta, de Vargas.

c) manutenção do modelo econômico de base agroexportadora e à política industrialista voltada à busca da auto-suficiência nacional.

d) reiteração da proposta federalista da Primeira Republica e à defesa de um Estado em que o poder estivesse centralizado nas mãos do presidente.

e) dependência econômica em relação à Inglaterra e aos Estados Unidos e à tentativa de consolidar um Estado Nacional.

Questã0 10 Leia o texto a seguir.

Naqueles anos, a orientação autoritária do governo pretendeu compor doses complementares de repressão e doutrinação, a fim de construir sua base social de sustentação política. Retirando ensinamentos dos regimes opressivos - o nazismo e o fascismo -, que se multiplicavam na Europa nesse período, as autoridades federais procurariam tirar o máximo proveito das técnicas de propaganda e dos meios de comunicação social, muito especialmente do rádio. Os dois rituais básicos da nova ordem eram o discurso presidencial de 1º de maio no Estádio de São Januário e o noticiário diário de " A voz do Brasil".

O texto refere-se a que período da História do Brasil?

a) Estado Novo

b) República Velha

c) Período autoritário pós-1964

d) Período Jânio-Jango

e) Revolução de 1930.





terça-feira, 10 de agosto de 2010



ERA VARGAS: 1930 - 1945







Contexto histórico do período

Chama-se Era Vargas o conjunto das políticas econômicas e sociais introduzidas no país a partir de 1930, que marcaram de maneira indiscutível o processo de industrialização, urbanização e organização da sociedade brasileira.
O Era Vargas pode ser dividido em três fases:
* governo provisório 1930 a 1934
* governo constitucional 1934 a 1937
* governo ditatorial ou Estado Novo 1937 a 1945

GOVERNO PROVISORIO
Características:
Recebendo o poder, Getulio Vargas tratou de tomar medidas para assumir o controle político do país. Nomeou ministros de Estado de sua inteira confiança, fechou o Congresso Nacional, as Assembléias Legislativas Estaduais, as Câmaras Municipais; extinção dos partidos políticos; suspensão da Constituição Republicana de 1891; indicação de interventores para chefiar os governos estaduais.
Os “revolucionários” que apoiaram a chegada de Getulio Vargas ao poder não constituíam uma corrente única e homogênea. O grupo era formado por elementos de diversas tendências políticas, dentre os quais destacamos:
Tenentismo - desejava a centralização do poder, a nacionalidade das riquezas do país e se opunha ao coronelismo, que contaminava o sistema eleitoral.
Oligarquias estaduais (Minas e Rio Grande do Sul) – desejavam que o governo convocasse uma Assembleia Nacional Constituinte para elaborar uma nova Constituição para o país. O plano dos setores mais tradicionais da oligarquia (são Paulo) era recuperar o poder através de novas eleições, já que confiavam no seu domínio dos mecanismos do sistema eleitoral.
Na qualidade de chefe da Revolução, Getulio Vargas procurava evitar choques políticos entre os grupos que o apoiavam. Exercia o papel de mediador político.
Para chefiar o governo de cada estado, Getulio nomeou diversos interventores ligados ao tenentismo.

A Revolução Constitucionalista de 1932.

São Paulo foi o estado que mais saiu perdendo com o golpe de 1930. A crise da economia cafeeira e o fim da política dos governadores desestabilizaram a maior força econômica e política do país. A nomeação de um interventor federal para o estado, o tenente pernambucano João Alberto, inflamou a ira das oligarquias paulistas, que desejavam a volta do governo civil e a instauração de uma Constituição.
Tentando acalmar os ânimos, Vargas nomeou um interventor paulista, Pedro de Toledo, mas os problemas não foram resolvidos, pois os paulistas queriam a Convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte para dar ao país uma nova Constituição. O estopim do movimento ocorreu quando quatro jovens – Martins, Miragaia, Drausio e Camargo – foram mortos pelas tropas do governo. As iniciais de seus nomes MMDC passaram a designar o movimento.
No dia 09 de julho de 1932, explodiu a Revolução Constitucionalista: São Paulo reuniu armas e 30 mil homens para lutar contra o governo federal.
As tropas paulistas, formadas por soldados da policia do estado, recebiam a colaboração de muitas industriais de São Paulo, que ajudam na fabricação de material de guerra. Depois de três meses de combate e milhares de mortos e feridos, os paulistas foram derrotados pelas tropas federais. Embora derrotadas militarmente, os paulistas se consideraram vitoriosos em termos políticos, pois terminada a revolta, Getulio Vargas garantiu a realização de eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, que ficaria encarregada de elaborar a Nova Constituição.

A CONSTITUIÇÃO DE 1934

No dia 16 de julho de 1934, terminou o trabalho da Assembléia e foi promulgada a nova Constituição do Brasil, com as seguintes características:
Voto secreto – a eleição dos candidatos aos Poderes Executivo e Legislativo passava a ser feita mediante o voto secreto dos eleitores. As mulheres adquiriram o direito de votar. Continuavam sem direito ao voto, analfabetos, mendigos, militares até o posto de sargento. Criava-se uma Justiça Eleitoral independente para zelar das eleições.
Direitos trabalhistas – reconhecimentos dos direitos trabalhistas fundamentais, como salário mínimo, jornada de trabalho não superior a oito horas diárias, proibição do trabalho de menores de 14 anos, férias anuais remuneradas, indenização na demissão sem justa causa,
Nacionalismo econômico – as riquezas naturais do país, como jazidas minerais, quedas d`água capazes de gerar energia e outras, seriam propriedade do governo da União
A Constituição de 1934 estabelecia que, após sua promulgação, o primeiro presidente da republica seria eleito de forma indireta, pelos membros da Assembléia Nacional Constituinte, para exercer o mandato de quatro anos, que se encerraria em 03 de maio de 1938. Getulio foi vitorioso nessa primeira eleição, iniciando seu mandato presidencial.


GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934-1937)

As ideologias políticas.

Durante o período em que Getulio Vargas governou constitucionalmente a nação, dois grupos políticos, com ideologia totalmente diversa, ganharam destaque na vida política do país. Trata-se da Ação Integralista Brasileira (integralismo) e a Aliança Nacional Libertadora (aliancismo).

O INTEGRALISMO

Contando com o apoio das oligarquias tradicionais e de alguns setores elitista (empresários, banqueiros), inclusive setores da igreja católica, o escritor Plínio Salgado criou a AIB, versão brasileira do nazi-fascismo. Em 1932, Plínio Salgado redigiu um Manifesto à Nação, contendo os princípios básicos do integralismo. Era uma espécie de cópia, adaptada ao Brasil, das idéias do regime fascista de Benito Mussolini e do nazismo de Adolf Hitler.
O integralismo defendia:

Combate ao comunismo – nacionalismo extremado – extinção dos partidos políticos e entrega do poder a um único chefe – estado com rígida disciplina e hierarquia – fiscalização das atividades artísticas.
O lema dos integralistas era Deus, pátria e família. Um lema bastante popular
que servia para encobrir a face autoritária do integralismo.


Deus – usava-se a religião para despertar no povo humilde um sentimento de resignação e conformismo diante dos problemas sociais e da exploração dos poderosos.
Pátria – representava a defesa de um nacionalismo fanático e agressivo. Nacionalismo suspeito, uma vez que a própria ideologia
Integralista era um “produto “importado.
Família – defendia-se uma sociedade em que a família seria submetida hierarquicamente ao Estado.
Os integralistas apreciavam demonstrar disciplina, hierarquia e organização. Distinguiam-se pelos símbolos que usavam e certas formas de saudação ( ANAUÊ).


O ALIANCISMO
Principal grupo político contrário aos integralistas era a Aliança Nacional Libertadora (ANL), cujos membros eram apoiados pelo Partido Comunista Brasileiro, por diversos líderes sindicais e por líderes tenentistas. Luis Carlos Prestes, que se tornara adepto do marxismo-leninismo, foi eleito presidente de honra da ANL.
A ANL era uma frente de oposição ao fascismo e ao imperialismo, composto por comunistas, socialistas e liberais antifascistas com propostas amplas de caráter popular e revolucionário. Declarava-se contraria, por exemplo, ao latifundiário e a favor da nacionalização das empresas estrangeiras, bem como da suspensão do pagamento da divida externa.
Temendo a expansão da ANL , o governo federal, apoiado pelas classes economicamente dominantes, decretou o fechamento de sua sede, em 11 de novembro de 1935. O chefe de policia de Vargas, Filinto Muller, acusava o movimento de ser controlado por “ perigosos comunistas” e financiado por estrangeiros.

A INTENTONA COMUNISTA
A extinção da ANL provocou a reação de alguns militares ligados ao Partido Comunista Brasileiro. Em novembro de 1935, eclodiu a chamada Intentona Comunista, ou seja, rebeliões militares em batalhões do RGN, Pernambuco e Rio de \janeiro. Todas foram dominadas pelas forças governamentais.
A reação armada dos revoltosos ofereceu ao governo o pretexto de que ele necessitava para agir energicamente contra os lideres de esquerda, destacadamente Luis Carlos Prestes, que foi preso em março de 1936. Juntamente comPrestes também foram presos diversos sindicalistas, operários, militares e intelectuais envolvidos em atividades contra o governo.

O GOVERNO DITATORIAL (1937-1945)
Vargas impõe o Estado Novo

Fazendo grande alarde sobre a “ameaça comunista”, Getulio Vargas decretou o estado de guerra que consistia na suspensão dos direitos e garantias individuais. Com isso as perseguições políticas aumentaram e as forças populares foram desarticuladas.
Aproximava-se a data das eleições presidenciais (o mandato de Vargas terminaria em 1938, segunda a Constituição), mas Vargas estava decidido a continuar no poder. As oposições políticas de São Paulo tinham lançado a candidatura de Armando de Sales Oliveira. Para disfarçar suas verdadeiras intenções, Getulio, demonstrando aceitar o jogo democrático, sem criar restrições a candidatura do escritor paraibano Jose Américo de Almeida. Ao mesmo tempo, o governo tratava de arrumar um pretexto para suspender o processo eleitoral.
Com a ajuda dos Integralistas, inventou-se que os comunistas programavam uma terrível ação – Plano Cohen - que tinha com objetivo derrubar o governo e promover assassinatos de várias autoridades políticas do país. O Plano foi divulgado ao público como um plano comunista descoberto pelo serviço secreto do Exército.
No dia 10 de novembro de 1937, Vargas decretou o fechamento do Congresso. Na mesma noite, em cadeia de rádio, anunciou ao povo brasileiro uma autoritária Constituição para a republica brasileira em substituição a Constituição liberal de 1934. Elaborada pelo jurista Francisco Campos, a nova Carta Constituicional imposta à nação ganhou o apelido de “polaca”, pois tinha como modelo a Constituição da Polônia, na época sob o regime fascista. Decretada a Constituição, iniciou-se o Estado Novo, período de governo sob o regime ditatorial inspirado no fascismo e no corporativismo, a exemplo da Itália e Alemanha.

A CONSTITUIÇÃO DE 1937

Características :
Centralismo e autoritarismo
Prorrogação presidencial para seis anos
Nomeação de interventoras para a chefia dos governos estaduais.
Proibição de qualquer tipo de greve
Vinculação direta dos sindicatos ao governo

Na ditadura de Vargas, os trabalhadores urbanos mobilizados pelo Estado tomaram o lugar dos partidos. A relação direta entre eles e o chefe de Estado ocuparam o lugar da representação política. A autonomia dos poderes Legislativo e Judiciário foi anulada –na prática, o Congresso Nacional permaneceu fechado durante sete anos de vigência do Novo.Estado
Outras características: culto a personalidade, nacionalismo, paternalismo, corporativismo. Esse modelo de estado não havia lugar para qualquer forma de oposição política.

A Ação Integralista desfrutava de uma relação privilegiada com Getulio antes de 10 de novembro. Seu chefe, Plínio Salgado, sabia do golpe em preparação e esperava participar do novo governo como ministro da Educação. Getulio, porém, tinha outros planos. Uma vez consumado o golpe, proibiu o funcionamento dos partidos. Isso incluía a AIB. E foi assim que Plínio Salgado ficou sem o prometido ministério.
De aliado de Vargas, os Integralistas passaram a oposição. Em maio de 1938, tentaram tomar de assalto o Palácio da Guanabara, residência do ditador não conseguindo.
Durante esse período, o governo exerceu uma ação enérgica e vigorosa contra seus adversários. Em todo o país vigorava o estado de emergência, pelo qual o governo podia invadir domicílios, prender pessoas e expulsar do país os lideres oposicionista assegurar o controle da nação, o Estado Novo impôs a censura prévia dos meios de comunicação, como jornais, radio, teatro e cinema. Essa censura era exercida pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). Foi o DIP que criou a “Hora do Brasil”, programa radiofônico transmitido em cadeia nacional por todas as estações de rádio. Também criado o DASP.

ECONOMIA
Desenovlimento da Indústria de Base, com a criação da Cia. Siderúrgica Nacional, da Companhia Vale do Rio Doce, o Conselho Nacional de Petróleo (1940), buscando atender as necessidades impostas pela ampliação do parque industrial, organizou-se em 1942, o SENAI, em 1943 a CHESF.

PARTICIPAÇÃO NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Getulio Vargas procurou manter o Brasil em posição de neutralidade e, com isso, tirar proveito do conflito mundial para obter vantagens econômicas para o país.
A partir de 1941, o Brasil passou a fazer acordo apoiando os Aliados. Em troca de seu apoio, o governo Vargas conseguiu arrancar dos EUA grande parte do financiamento que necessitava para a construção da CSN, em Volta Redonda, obra de grande importância para a industrialização do país. De sua parte, o Brasil comprometeu-se a fornecer borracha e minério de ferro para os Aliados e permitiu que militares norte-americanos fossem enviados para bases militares instaladas no nordeste.
A Alemanha reagiu à cooperação do Brasil com os Aliados. Ente fevereiro e agosto de 1942, submarinos alemães torpedearam nove navios brasileiros, afundando-os e matando 600 pessoas. A agressão militar nazista provocou indignação nacional, pressionando o governo a declarar contra a Alemanha, em grandes manifestações de rua liderada pela União Nacional dos Estudantes (UNE, criada em 1937)
Em 31 de agosto Getulio Vargas declarou guerra às potencias do Eixo. Em 1944, partiram para a guerra as primeiras tropas da FEB. Comandada pelo general Mascarenhas de Moraes, a FEB deslocou para a Itália mais de 25 mil soldados, que participaram de diversas batalhas como as de Monte Castelo , Fornovo,

A política trabalhista de Getulio
Durante o período getulista, o desenvolvimento urbano de São Paulo e Rio de Janeiro atraiu grande números de trabalhadores principalmente do nordeste. Toda essa massa de trabalhadores pobres veio engrossar a mão-de-obra das industrias de sudeste.
Com o progresso das industriais, cresceu o numero de operários. Ao mesmo tempo ampliou-se a consciência dos trabalhadores de que era preciso lutar por seus direitos.
Percebendo a crescente força da classe operário, Getulio Vargas elaborou uma política trabalhista que tinha dupla função: conquistar a simpatia dos trabalhadores e exercer o domínio sobre eles, através do controle dos sindicatos. Essa política inspira-se na Carta de Lavoro (Carta do Trabalho), do fascismo italiano.
Foram criadas nesse período inúmeras leis trabalhistas que asseguravam ao operário direitos básicos, como salário mínimo, férias, aposentadoria. Em 9143 essas leis foram reunidas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

REPENSANDO O BRASIL
A década de 1930 foi marcada pelas obras literárias e cientificas, caracterizada por maneira de pensar a sociedade brasileira segundo novas diretrizes.
Não só nas ciências sociais vieram à luz estudos verdadeiramente revolucionários, porque revelavam preocupações de explicar nossas raízes. Ganharam espaços na literatura temas regionais, étnicos ou de critica social.
O ano de 1933 é decisivo nesse sentido. É o ano da publicação de dois livros que irão marcar as gerações intelectuais posteriores: Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freire, e Evolução política do Brasil, de Caio Prado Junior. Essas obras – juntamente com Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda – representam um momento de “ redescoberta do Brasil, em oposição aos pensadores da Republica Velha. Esse período também foi enriquecido com obras dos poetas Alphonsus Guimarães Filho, Cecília Meireles, Vinicius de Moraes, Manoel Bandeira, Erico Veríssimo, Jorge Amado, Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector.

CONSTRUINDO O BRASIL

A década de 1930 marcou uma nova etapa na produção arquitetônica brasileira, não só pela crescente intervenção estatal na política de construções, como também na forma das construções e na utilização do material. Prenunciando essas novas diretrizes, mais inda evidenciando a preocupação governamental em estreitar relação com a Igreja Católica, o ano de 1931 assistiu a inauguração de um dos mais conhecidos monumentos da cidade do Rio de Janeiro: a imagem do Cristo Redentor, que está colocado no alto do Morro do Corcovado. Tem mais de 30 metros de altura e pesa 1.145 toneladas. Tem estrutura de ferro, sob a imagem de concreto, revestido de pedra sabão. A Obra do Cristo é do escultor francês Maximilien Paul Landovski.
Essa imagem do Cristo, de braços abertos sobre a Cidade Maravilhosa juntou-se a outro cartão postal da cidade: o bondinho do Pão de Açúcar, como ficou conhecido o teleférico inaugurado em 1912.

FIM DA ERA VARGAS

Valendo-se da força das armas, da censura, da perseguição política e de todos os demais instrumentos de dominação, Vargas manteve-se no poder até 1945, quando a derrota dos governos fascistas na Segunda Guerra Mundial tornou insustentável um governo semelhante no Brasil. Com a vitória aliada, os setores organizados da sociedade brasileira questionavam sobre a seguinte contradição: a FEB havia ido para a Europa lutar pela liberdade e democracia, contra governos totalitários, mas o Brasil ainda continuava vivendo sob uma ditadura.
Pressionado pelo desfecho da guerra, o governo não teve força para conter as manifestações de oposição. As forças políticas se organizaram em novos partidos: a UDN, o PTB, o PSD. O PCB continuava na clandestinidade; organização de classes como a UNE conquistavam espaço na arena política em formação. A imprensa cada vez mais burlava a censura e publicava artigos e entrevistas que continham críticas ao governo.
Tentando acalmar os ânimos, em 28 de fevereiro de 1945, Vargas baixou um Ato Adicional a Constituição de 1937 que determinava um prazo de 90 dias para o governo definir datas da eleições. Foram marcadas para 2 de dezembro de 1945 uma Assembléia Constituinte encarregada de elaborar uma nova Constituição e para realização de eleições. Getulio se comprometia, também, a não concorrer à Presidência da Republica.
O processo de transição da ditadura para um regime democrático transcorria com relativa tranqüilidade, apesar do inusitado fato de estar sendo conduzido, pelo próprio ditador, quando em meados de 1945, alguns dirigentes trabalhistas de orientação varguista, apoiados pelos comunistas – que de inimigos perseguidos passaram a aliados -,começaram uma campanha pela permanência de Vargas no poder .A campanha que ficou conhecida como queremismo por que sua principal palavra de ordem era “ queremos Getulio”, alertou as forças democráticas e os militares legalista para os riscos da repetição dos eventos de 1937, como cancelamento das eleições e o endurecimento do regime.
Diante dessa situação Getulio Vargas é deposto pelas tropas do exército em 29 de outubro de 1945 e a presidência da Republica foi entrega temporariamente a Jose Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal.


ASSUNTO: REVOLUÇÃO DE 1930 e a ERA VARGAS


I - A REVOLUÇÃO DE 1930



FATORES

Crise do café agravado com a crise de 1929 - A Crise de 1929 uma crise norte-americana que atingiu todo o mundo capitalista devido ao papel hegemônico dos Estados Unidos na economia mundial – teve reflexos graves no Brasil, pois os preços do café no mercado internacional caíram, bem como as exportações. Os estoques acumulavam. Vendendo pouco a receita caía, impedindo que o governo pagasse suas dívidas e investisse nos mais diversos setores.
Tenentismo – movimento de critíca ao governo e a situação do país, recebeu apoio das classes médias urbanas.
A quebra da política do café-com-leite: Sem avaliar a gravidade do momento histórico, o presidente Washington Luis rompeu com a política do café-com-leite, indicando um candidato presidencial paulista Julio Prestes, sepultando assim as ambições presidências do mineiro Antonio Carlos Ribeiro de Andrada.
Este, mais João Pessoa, presidente da Paraíba, resolveram apoiar a candidatura do gaúcho Getulio Vargas, criando uma chapa de oposição a chamada “Aliança Liberal”, que tinha como principais bandeiras: voto secreto, justiça eleitoral, voto feminino, anistia, estabelecimento de jornada de trabalho de oito horas.
É evidente que não existiam diferenças essenciais entre as duas candidaturas, pois, enquanto Julio Prestes representava os interesses da oligarquia cafeeira, Vargas defendia as aspirações das oligarquias que estavam alijadas do poder.
Os tenentes apoiavam as candidaturas de Vargas e João Pessoa, com exceção de Luis Carlos Prestes, que aderira ao marxismo e assinalava que Vargas, João Pessoa, Antonio Carlos e outros faziam parte das oligarquias das classes dominantes. Se eleitos beneficiariam apenas as elites e não os operários e camponeses.
Os efeitos da Crise de 1929 se faziam sentir; o povo estava descontente, desesperado, não deseja apenas mudanças de governo, mas sim mudanças sociais profundas. A Revolução social parecia estar em marcha,
as eleições foram realizadas e, como de hábito, houve fraude, só que de ambos os lados, porém a vitória de Julio foi relativamente fácil.
Aparentemente os derrotados aceitaram os resultados das eleições, contudo fatos novos iriam acirrar ainda mais os ânimos. Em 26 de julho de 1930, em uma confeitaria do Recife, João Pessoa foi assassinado. O homicídio foi motivado uma questão regional da política local paraibana. Apesar disso, houve uma grande comoção popular. A oposição aproveitou o clima para atacar o presidente Washington Luis.
Diante desse fato, Antonio Carlos de Andrada, presidente do PRM, reuniu a oposição e demonstrando uma grande lucidez política disse a célebre frase “Façamos a Revolução antes que o povo a faça!”
A partir da análise da frase de Antonio Carlos de Andrada, percebe-se que a chamada Revolução de 1930 foi o movimento sem a participação popular e sim um golpe, pois o presidente Washington Luis foi deposto por uma junta militar , Julio Prestes não toma posse e Getúlio Vargas é colocado no poder, iniciando assim a ERA VARGAS, que contextualizaremos a seguir .